RECIFE FRIO (2009):
O FALSO DOCUMENTÁRIO
Resumo
O documentário Recife Frio (2009), sob a direção de Kléber Mendonça Filho, empreende uma narrativa que versa sobre uma suposta alteração climática na cidade de Recife, no estado de Pernambuco, que, na realidade, jamais se concretizou. Este documentário pode ser adequadamente categorizado como um pastiche, uma vez que sua narrativa é composta e elaborada a partir de elementos extraídos de outras produções audiovisuais e notícias veiculadas em jornais. A representação da realidade no documentário é forjada a partir da montagem e manipulação de todos esses materiais. A ironia, de fato, se faz presente desde o próprio título do documentário, “Recife Frio”, visto que a cidade de Recife é amplamente reconhecida por suas praias e pelo clima quente e ensolarado que a caracteriza ao longo do ano. O título do documentário constitui o ponto de partida para a compreensão de todas as demais ironias que permeiam a obra, inclusive aquelas presentes nos créditos do documentário. Portanto, esta pesquisa visa aprofundar a análise da representação da realidade presente nesse falso documentário, empregando como metodologia de investigação a dialética. Nesse contexto, o presente estudo buscará desvendar como o documentário manipula e subverte a noção de realidade por meio da montagem de diferentes elementos de outras produções e notícias, e como a ironia emerge como um elemento central na narrativa. A abordagem dialética será aplicada como uma ferramenta analítica para explorar as contradições e tensões inerentes à representação do real dentro do contexto audiovisual.
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