OS ESTUDOS ATUACIONAIS

Resumo

Via metodologia de revisão bibliográfica objetiva-se não hipostasiar os estudos atuacionais no cinema, apontando transições históricas e distinções filológicas. Esses estudos aglutinam-se como uma ordem epistemológica muito antiga na prática inscricional, com aferições atorais já na Antiguidade sob a ótica da encarnação – o ator incorporador de deidades do Olimpo. Instaram-se inúmeras reconstruções de pedagogização e operacionalização ao longo dos séculos, mas fora o cinema, que condicionou a liminaridade da desteatralização à cinematografização atuacional aos intérpretes. Tal ruptura lançou desafios a teorização atoral, posto que ela residia, até então, no teatro. Sem embargo, por dissidências políticas no cinema demorou-se a ver no trabalho do ator relevância eminente de significação, ante a dificuldade da legibilidade da linguagem atorial por parte dos teóricos cinematográficos. Todavia, na década de 1970 começa-se a refletir sobre a imbricação entre ator e imagem na fotografia em movimento dos filmes, eis os estudos atorais – relativos à ator -, em relação ao filme, diretor, mídia, persona, público etc. Urge, entretanto que se aplique os estudos atuacionais – relativos à atuação no cinema – de escassa bibliografia; eles definem a empregabilidade -, posto que tratam da pragmática atoral: a adaptação da interpretação do teatro para o cinema; as modalidades, estados, técnicas  e registros de atuação; o relacionamento com a câmera e os microfones; e, a filmagem anacrônica.