PROBLEMATIZAÇÃO DOS ATRIBUTOS ESTEREOTIPADOS E GORDOFÓBICOS PRESENTES NA OBRA CINEMATOGRÁFICA SHALLOW HAL (O AMOR É CEGO): UMA ANÁLISE FÍLMICA

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Resumo

O estudo ora apresentado versa sobre os atributos estereotipados e, sobretudo, gordofóbicos presentes na sociedade. Desse modo, tendo em vista a potencia que os filmes têm enquanto ferramenta pedagógica inovadora para discussão de temáticas que são pertinentes acerca do processo formativo de sujeitos críticos e reflexivos, principalmente quando inclina para o horizonte das realidades sociais e educacionais, como é o caso da falta de um ambiente escolar que reconheça, valorize e respeite as diversidades existentes, objetivou-se Identificar e problematizar os atributos estereotipados e gordofóbicos presentes na obra cinematográfica Shallow Hal – “O amor é cego” (EUA, 2001), como ferramenta pedagógica sob o viés da análise fílmica. Trata-se de uma pesquisa de cunho descritivo-exploratório, de caráter qualitativo. Contudo, teve como percurso metodológico a análise de conteúdo segundo a proposta de Manuela Penafria (2009). Além disso, ancorou-se na Teoria Histórico-Cultural de Vigotsky. Embora os estudos de Vigotsky não tematizaram a gordofobia, sua construção teórica se torna crucial no sentido de percorrer o caminho histórico para entender as concepções atuais do corpo e suas compreensões. Outro suporte teórico utilizado nas análises é o de Georges Vigarello, que discorre sobre a história da obesidade em “As metamorfoses do gordo” e Erving Goffman frente a questão do estigma social. Desse modo, foi passível de constatação diversos atributos estereotipados e gordofóbicos presentes na obra cinematográfica investigada, em que o corpo gordo é depreciado e visto como anormal/inadequado e que não corresponde aos paradigmas da sociedade vigente. Assim, a película em questão possibilita pertinentes discussões acerca da “epidemia do culto ao corpo” que a sociedade e a mídia têm reconhecido e valorizado, além de oportunizar análises críticas acerca das realidades sociais concretas sobre o processo de estigmatização e exclusão que as pessoas gordas experienciam nos diversos contextos sociais e, inclusive, na própria instituição escolar.

PALAVRAS-CHAVE: Gordofobia. Obesidade. Cinema. Estigma social. Escola.

Biografia do Autor

Jadisson Gois Da Silva, Universidade Federal de Sergipe

Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (PPGED/UFS) na Linha de Pesquisa: Tecnologias, Linguagens e Educação. Graduado em Educação Física Licenciatura (2016) e Bacharelado (2018) pelo Centro Universitário Estácio de Sergipe. Especialização em Docência e Gestão do Ensino Superior pela Universidade Estácio de Sá (UNESA/2018). Possui, também, Especialização em Saúde Mental pelo Programa de Pós-graduação (Lato sensu) em caráter de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde pelo Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU/UFS - Bolsista do Ministério da Educação), em que esteve lotado nos seguintes equipamentos de Saúde Pública: Centro de Atenção Psicossocial (CAPS - Transtorno) Liberdade; CAPS - Transtorno Infantojuvenil, Ivone Lara; CAPS - Álcool e outras drogas infantojuvenil, Vida; Consultório na Rua e Projeto de Redução de Danos (PRD), Aracaju/SE. Além disso, também cursa Pós-graduação em Atenção à Saúde das Pessoas com Sobrepeso e Obesidade pelo Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é Docente do Centro Universitário Maurício de Nassau/Aracaju no qual ministra as disciplinas: Modalidades Esportivas da Ginástica; Metodologia da Dança e Atividades Motoras em Academias. Também é membro do Grupo de Estudos e Pesquisas Sociedade, Cultura e Educação Física (DEF/CCBS/UFS). Ademais, concentra os estudos no campo da Educação Física, Práticas Corporais e Promoção da Saúde; Saúde Mental e Atividade Física - Interfaces Socioculturais; Corpo, Gordofobia e a Mídia-Educação.

Cristiano Mezzaroba, Universidade Federal de Sergipe

Licenciado em Educação Física (2004) e Ciências Sociais (2012) ambos pela Universidade Federal de Santa Catarina, com mestrado em Educação Física - Linha Teoria e Prática Pedagógica - por esta mesma universidade (2008), e doutorado em Educação - Linha Sociologia e História da Educação, no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC (finalizado em agosto de 2018). Foi professor substituto da Universidade Federal de Santa Catarina (2008-2009) e professor da Rede Municipal de Florianópolis (2010). Atualmente é professor Adjunto III do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe e também professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UFS). Coordenador do GEPESCEF - Grupo de Estudos e Pesquisas Sociedade, Cultura e Educação Física (DEF/CCBS/UFS). Além disso, atua como pesquisador no Grupo de Estudos Corpo e Política (UFS), no Laboratório de Pesquisas Sociológicas Pierre Bourdieu (LAPSB/UFSC) e no Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).

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Publicado

2022-04-17