REVISTA LIVRE DE CINEMA, uma leitura digital sem medida (super 8, 16, 35, 70 mm, ...)

A SOCIOLOGIA DE TIM BURTON

Bruno José Yashinishi — 2024-04-02

Esse artigo pretende relacionar o cinema e a Sociologia, de tal maneira que uma análise fílmica hermenêutica possa contemplar e permitir a compreensão de conceitos sociológicos. Nesse sentido, foi selecionado o filme Edward, mãos de tesoura (1990), sucesso comercial de Tim Burton como objeto da investigação a fim de identificar em sua trama conceitos como “estigmatização social”, “estabelecidos e outsiders” e “rotulação social”. Para fundamentar a análise serão referenciados importantes nomes da Sociologia contemporânea, associando suas contribuições teóricas com a capacidade do cinema de transmitir conceitos através da imagem em movimento e da narrativa do filme.

A PERPETUAÇÃO DA MEMÓRIA AUDIOVISUAL NO BRASIL

Nathália Matos Souza — 2024-04-02

A pesquisa, que aborda parte da história do cinema, mundial e nacional, traz também a opinião de cineastas brasileiros sobre as dificuldades que enfrentam, principalmente quando se trata do processo de distribuição, um dos setores mais defasados do audiovisual brasileiro, com a apuração de dados da Ancine que evidenciam esse bloqueio do público, mesmo com políticas como a de Cota de Tela. Buscando tentar explicar como um setor que favorece tanto a economia não consegue crescer, mesmo com todo o seu potencial e variedade, é um desafio, que envolve muito mais uma questão do comportamento coletivo do que do setor, porém também não o isenta totalmente. A pesquisa foi realizada em novembro de 2021, quando o departamento cultural no Brasil sofria grandes boicotes.

“FLORES DE CARNE E SANGUE”

Paulo Roberto Rego Barros Biscaia Filho — 2024-04-02

Este estudo analisa como se estabelecem e se relacionam as escolhas técnicas e estéticas dos vídeos do selo Guinea Pig (1985-1989) como ferramentas de propagação do mito de filmes snuff e sua relação anti-narrativa com o cinema pornográfico, estabelecendo conexões com o tema da morte. Nesses termos, a pesquisa aborda conceitos históricos, éticos e estéticos da produção pornográfica em torno dos vídeos dos anos 1980 e do cinema extremo japonês como formadores de um subgênero que serve de base para as experiências em vídeo de Satoru Ogura e Hideshi Hino, a partir das análise de seus filmes e de publicações críticas sobre as obras.

ALÔ, CARNAVAL!, ADEUS, BRASIL!

Marcelo Magalhães Bulhões — 2024-04-02

Quanto O Carnaval Chegar (1972) e Bye Bye Brasil (1980), filmes dirigidos por Cacá Diegues, possuem flagrante semelhança em seus arranjos narrativos básicos, uma vez que o espectador acompanha em ambos a viagem de uma trupe de artistas pelas estradas do Brasil. No entanto, se a associação com o road movie funciona nos dois filmes como uma representação alegórica de uma “busca pelo Brasil” ou da brasilidade, divergem drasticamente nas perspectivas que assumem: enquanto Quanto O Carnaval Chegar o olhar é dirigido ao passado com franca dicção de nostalgia e saudosismo – acolhendo em atitude intertextual o “filme de carnaval” dos estúdios Atlântida e Cinédia –, Bye Bye Brasil flagra o processo de irrevogável desagregação de traços da cultura tradicional brasileira e a dissolução da utopia do “Brasil grande” na região amazônica. Este artigo busca aferir tal discordância no cerne do discurso cinematográfico.

RECIFE FRIO (2009):

Anna Claudia Soares — 2024-04-02

O documentário Recife Frio (2009), sob a direção de Kléber Mendonça Filho, empreende uma narrativa que versa sobre uma suposta alteração climática na cidade de Recife, no estado de Pernambuco, que, na realidade, jamais se concretizou. Este documentário pode ser adequadamente categorizado como um pastiche, uma vez que sua narrativa é composta e elaborada a partir de elementos extraídos de outras produções audiovisuais e notícias veiculadas em jornais. A representação da realidade no documentário é forjada a partir da montagem e manipulação de todos esses materiais. A ironia, de fato, se faz presente desde o próprio título do documentário, “Recife Frio”, visto que a cidade de Recife é amplamente reconhecida por suas praias e pelo clima quente e ensolarado que a caracteriza ao longo do ano. O título do documentário constitui o ponto de partida para a compreensão de todas as demais ironias que permeiam a obra, inclusive aquelas presentes nos créditos do documentário. Portanto, esta pesquisa visa aprofundar a análise da representação da realidade presente nesse falso documentário, empregando como metodologia de investigação a dialética. Nesse contexto, o presente estudo buscará desvendar como o documentário manipula e subverte a noção de realidade por meio da montagem de diferentes elementos de outras produções e notícias, e como a ironia emerge como um elemento central na narrativa. A abordagem dialética será aplicada como uma ferramenta analítica para explorar as contradições e tensões inerentes à representação do real dentro do contexto audiovisual.

DESASTRE NO FILME HISTÓRICO

Suellyn Emerick — 2024-04-02

Filmes históricos de ficção que retratam desastres naturais ocorridos ao longo da existência humana possuem um forte apelo público; no entanto, são pouco estudados. Assim, neste artigo buscamos discutir sobre mudanças nas representações no cinema do desastre da antiga cidade de Pompeia ao longo dos anos e discorrer sobre a sua relação com os códigos e a estética do filme melodramático. Para tanto, foram feitas análises descritivas de três filmes, apoiando-nos em artigos publicados por pesquisadores do gênero. Pontos destoantes entre os filmes foram identificados; entretanto, é notável que a fórmula melodramática e a preocupação com o desenvolvimento de novas técnicas cinematográficas são fatores de peso que proporcionam aos filmes históricos de desastre uma longa existência.

O CINEMA LATINO-AMERICANO EM PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA

Rodolfo Alves de Macedo — 2024-04-02

Resenha: GOMES, Cleber Fernando. Entre Cinema e Sociologia. Curitiba: CRV, 2016.

UM BREVE PANORAMA DAS SALAS DE EXIBIÇÃO DE CINEMA NO BRASIL

Fernando Antonio Prado Gimenez — 2024-04-02