A ESTREIA DA ELETROCONVULSOTERAPIA NO CINEMA
UMA ANÁLISE DE “THE SNAKE PIT”
Resumo
O fascínio do cinema pela psiquiatria remonta aos primórdios da própria sétima arte, seja pelo apelo imagético que o adoecimento mental parece ter aos olhos dos sujeitos, seja pela capacidade que o cinema tem de nos fazer (re)pensar o próprio aparato psiquiátrico, a partir de sua representação. E é, mais precisamente, tomando por base esse último aspecto, que o presente trabalho tem por objetivo analisar como foi feita a representação, de um dos tratamentos mais antigos e controversos da psiquiatria: a eletroconvulsoterapia. Tomando por base um referencial teórico-metodológico pautado na análise visual crítica de Gillian Rose, atravessada por elementos da analítica de discurso de Michel Foucault, investigamos como a eletroconvulsoterapia foi representada no filme “The Snake Pit”, considerado o primeiro filme hollywoodiano a retratar esse método. A partir das análises pode-se depreender significativos efeitos culturais e políticos – desde mudanças legislativas até repercussões na própria prática da clínica – que decorreram da representação cinematográfica desse método específico da terapêutica psiquiátrica.
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